Aluízio era
o nome do filho único de um casal vizinho nosso, à época em que moramos em
Hortolândia (SP). Como nossa casa não tinha muro, todas as vezes que aquela criancinha me via no quintal, vinha para conversar, brincar e até
“trabalhar” comigo (eu sempre inventava uma atividade para ele fazer, para que
além de se sentir útil, ele voltasse para casa bastante cansado, a ponto de
tomar banho, deitar e dormir)...
Certo dia, eu estava agachado, tirando uns matinhos do nosso jardim, quando ele, chegando por trás de mim, me abraçou e disse: “Tio Lafayette eu gosto tanto, tanto, mas tanto de você que quando você morrer eu vou ir no seu “enterramento”.”
Eu me virei e sorrindo, disse a ele: “Promessa é divida, quero só ver se você vai cumprir!!”
E ele perguntou: “Como você vai ver, se estará morto?
“Eu dou o meu jeito!”, disse eu... E rimos muito, naquele momento!
Nós, eu e ele, conversávamos bastante. As pessoas falavam que eu aproveitava para conversar com o Aluízio e matar a saudade dos meus netos.
Porém, com o passar dos tempos, eu mudei de cidade e ele também. Seus pais foram morar na Chapada Diamantina e o tempo passou…
Passou sim o tempo, e veio a triste notícia: soube que o meu amigo falecera, aos 18 anos de uma doença incurável. No tempo deste nosso diálogo ele tinha apenas 5 ou 6 anos… E meu amigo Aluízio, então, jamais conseguiria cumprir sua promessa.
Só Deus sabe o dia da nossa morte. Só Deus sabe o dia da volta de Jesus! Façamos planos, mas estejamos sempre prontos!
Pedro de Toledo, (SP), 30/11/18
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